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"Ontem pasto, hoje pó, amanhã Palmas"


Estivemos em Palmas por duas vezes, uma ao chegar de Carolina e outra retornando do Jalapão. Foi nessa segunda estadia que decidimos escrever sobre a cidade, que encheu os olhos e o coração de todos nós.

E ninguém melhor para descrever Palmas do que a Liliana, em suas experiências vivenciadas nos 13 longos dias em que não nos acompanhou.Assim, decidimos inverter os papéis e "entrevistá-la", para relatar um pouco mais do que vimos na belíssima capital tocantinense:

" Cheguei em Palmas ainda desnorteada com o ocorrido. Passei ilesa pelos cinco meses de estrada, atravessando rios, dormindo em desertos, escalando montanhas... apenas uns mínimos arranhões. Mas foi numa pequena e aparentemente tranqüila pousada que ganhei uma bela cicatriz, produzida por uma mordida na mão. De guará? De onça? De jacaré? Não, foi cachorro mesmo. E que fique claro que não foi do preto véio, o gorducho Trilha, como algumas pessoas perguntam...

Fiquei de molho, hospedada na casa de uns amigos de São Paulo que mudaram para cá há quase 4 anos. Mariusz, Gabriela e Beth estão felizes com a nova cidade, livres de trânsito, violência e poluição, e ainda se adaptando ao clima: meio ano de seca, meio ano de chuva ininterrupta. E calor, calor sempre!

Entre as vacinas anti-rábicas e idas ao médico (que por sinal cuidou muito bem de mim - obrigada Dr. Adônis!!), Mariusz me apresentou a capital tocantinense.

Ela foi projetada, dividida em áreas comerciais e residenciais, com um paisagismo deslumbrante. Tem tudo o que uma metrópole exige e a tranqüilidade do interior. Não há prédios, portanto, sempre que os olhos buscam o horizonte, se enchem com a beleza das serras que cercam a cidade.

Palmas possui boas escolas e uma universidade, federal a partir do ano que vem, que conta com um curso de prestígio nacional: Engenharia Ambiental.

É considerado o melhor do País e a prova aparece na prática, pois toda obra aqui é cuidadosamente estudada por profissionais da área e o impacto ambiental é sempre avaliado.

Nada acontece sem que a natureza seja levada em conta, respeitando os princípios do desenvolvimento sustentável. Exemplo disso se dá observando o recém construído, e lindíssimo, Palácio dos Girassóis.

Seus habitantes, em sua maioria goianos, paraenses e maranhenses, contando também com sulistas, são muito concentrados no trabalho e responsáveis pelo rápido crescimento da mais nova capital do Brasil, criada em 1990. São poucos aqueles que nasceram na região, formada exclusivamente por fazendas antes da criação da cidade. Só conheci uma família realmente "nativa", que viu suas terras serem engolidas pelo asfalto. Antes lavradores, hoje são proprietários de um salão de beleza e passaram a gostar da vida urbana.

Em julho, as margens do Tocantins formam a Praia da Graciosa e recebem turistas de todas as partes. A agitação é garantida por bares e shows de grandes bandas nacionais, patrocinada pelo governo do Estado. Em agosto tudo se acalma (até demais) e rareiam as opções de lazer. A alternativa é organizar festas em casa e reunir os amigos."

Equipe reunida novamente, fomos convidados para uma dessas festas, que não deixou nada a desejar. Conforme brincamos nessa noite, a decoração foi para a Lili - painéis pintados com luas e estrelas, iluminação a velas e incensos perfumando o ambiente; a música foi pra Lico - muito tecno e trance; e a presença feminina para o Luis - figurino impecável e número notoriamente superior em relação aos homens. A "micro rave" do Pablo durou até de manhã e teve direito a piscina e sauna. Nada mal, depois de tanto rala-embigo movido ao forró eletrônico do sertão.

Palmas nos rendeu ainda uma matéria na Jornal do Tocantins, uma entrevista no jornal da TV Anhanguera (coligada da Rede Globo) e a participação no programa Espaço Clip, apresentado pela Danielle "olha só galera, não vou te enganar não" Albuquerque - do qual também improvisamos um auxílio na produção.

A verdade é que Palmas nos recebeu de braços abertos. Presenciamos também o aniversário da cidade, o que nos fez conhecer um pouco mais do povo palmense. E a grande lição que tiramos dessa estadia, foi a de conhecer um lugar onde todos os moradores estão satisfeitos com a qualidade de vida oferecida. Sim, o coração do Brasil é próspero; o coração do Brasil está crescendo forte e sadio.

As pessoas adoram Palmas e Palmas adora as pessoas. Nesse imenso Brasil, esse foi o único lugar em que percebemos um profundo sentimento de luta por uma causa única: a construção de uma cidade e um estado perfeitos.

E que perfeição ! Para nossa surpresa, nas vésperas de partir, o amigo Lucas e a amiga Luciane nos presentearam com uma bandeira do estado. Foto para o Álbum, bandeira para o carro. Seguimos com nosso presente grudado no Troller até o fim. Sim, voltaremos ao Tocantins ! Esse pôr -do- sol traz qualquer um de volta....

Seguimos a Trilha em busca do riquíssimo potencial cultural do Tocantins !