Mundos tão próximos, mundos tão diferentes...
Infelizmente não pudemos conhecer Fortaleza do jeito que fizemos com
outras cidades. Aguardando a revisão do Troller, enlouquecemos entre
quatro paredes, atualizando todos os nossos trabalhos. Mas, sempre
com um olho na janela, focamos nossos objetivos para o calçadão da
Praia de Mucuripe, e descobrimos que o mesmo divide a orla em dois
mundos opostos. Fomos mergulhar em cada um.
De um lado da Avenida, estão os melhores hotéis da cidade, com uma
arquitetura moderníssima e restaurantes finos. Do outro, um território
típico de pescadores no meio da cidade grande.
Assim visitamos o Mucuripe, a casa noturna mais badalada da cidade.
Ficamos impressionados. Em São Paulo não há nada igual, tanto em termos
de organização e segurança quanto em relação a opções oferecidas ao
público. A casa conta com dois restaurantes, um com ambiente mais
social e outro em estilo mexicano, sala de jogos, duas pistas de dança,
vários bares estrategicamente localizados, um palco para grandes espetáculos
e desfiles, além de um enorme hall onde circulam todas as novidades
da moda brasileira.
Por ser Fortaleza um importante pólo têxtil, sempre acontecem desfiles
que introduzem as últimas tendências da moda mundial, cuidadosamente
pesquisada pelos fabricantes e lojistas.
Mas,
o som que agita a moçada produzida e despreocupada atravessa
a rua, o calçadão, passa pelas areias e chega aos ouvidos cansados
do pescador, dormindo pesado em sua jangada, na própria praia
de Mucuripe, sonhando com sua rede de arrastão lotada de camarão
e lagosta.
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Cruzando
a fronteira de dia, vê-se a beira mar repleta de jangadinhas
e "lanchas", como os pescadores chamam um barco de madeira com
motor, e uma sociedade à parte. Com horários adversos aos demais
da sociedade, os homens do mar saem de madrugada e retornam
somente em torno das dez e meia da manhã, quando expõem seus
peixes em barraquinhas para vender a atravessadores e donos
de pequenos restaurantes. Para pescarias maiores, chegam a passar
mais de 3 dias em alto mar. |
O peixe aqui também funciona como moeda local. Usualmente, os pescadores
trocam e negociam suas mercadorias, fato que nunca tínhamos verificado
antes. Ao meio dia, param para o almoço e passam a tarde jogando dominó,
refazendo redes, fazendo manutenção nos barcos ou, infelizmente, nos
quiosques de caçacha.
Irmão Francisco, pescador que nas horas vagas faz passeios com os
turistas, nos contou sobre a marambaia. É uma forma simples de se
formar um pesqueiro e a idéia tem sido usada até como promessa de
político para as próximas eleições.
Ela consiste em juntar toda espécie de sucata e pneus velhos num determinado
ponto do mar e esperar que se forme um novo habitat para os peixes.
Esta idéia nos pareceu um pouco estranha no começo, mas tem sido uma
forma de garantir boas pescarias em menos de um mês de espera.
Os
pescadores garantem que não há danificação ao meio ambiente.
É assim que se garante a lagosta e o camarão servidos nos finos
restaurantes de outro lado da rua.
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Mas
como se guiam até o ponto exato da marambaia ? Francisco nos
explicou que se guia pelos prédios da avenida e pela Serra da
Pacatuba, à direita da praia. Segue até o largador, deixa a
fatexa e perfila até o pesqueiro. E esta foi a mesma visão que
tivemos de dentro dos barcos que "estacionam" nas areias. Mundos
tão próximos, mundos tão diferentes... |
Terminamos nossa estadia em alto
estilo, com novos passeios às altas dunas da cidade e com mais uma
troca de pneus do nosso carro. Agora que seguimos viagem pelas praias
e trilhas mais desertas, verdadeiras estradas beira-mar, nosso carro
ficou mais seguro graças aos Pneus Scorpion Mud, da Pirelli, um de
nossos patrocinadores. Agradecemos a todos de Fortaleza e São Paulo
que contribuíram mais uma vez com nossa segurança para os próximos
meses. Até mais !
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